domingo, 28 de fevereiro de 2016

Imperialismo no século XIX
por: Prof. Ricardo Viana 


imperialismo ou neocolonialismo do século XIX se constituiu como movimento de domínio, conquista e exploração política e econômica das nações industrializadas europeias (Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Holanda) sobre os continentes africano e asiático.

A partir do final do século XIX (fim de 1800), em plena expansão do capitalismo, as potências industriais do mundo enfrentavam barreiras comerciais que limitavam a venda de produtos industrializados, dificultando novos investimentos.

A solução encontrada foi conquistar novas regiões e novos mercados. Assim poderiam ter acesso a matéria-prima, a mão de obra barata e ampliar o mercado consumidor.

Neocolonialismo

Diferente do colonialismo praticado a partir do século XVI, no neocolonialismo, o povoamento não era importante, prevalecia os domínios territoriais e econômicos. O domínio territorial era feito por meio de intervenção militar. Já o domínio econômico era realizado pela interferência na vida econômica, com a imposição de tratados e acordos favoráveis aos “conquistadores”

Conferência de Berlim

Realizada em 1885, reuniu representantes de 13 países da Europa, além dos EUA, Rússia, Turquia e Japão. Esses países definiram como seria feita a “partilha” dos territórios da África e da Ásia.



A “partilha” da África e da Ásia se deu fundamentalmente no século XIX (pelos europeus), mas, continuou durante o século XX. Os Estados Unidos e o Japão ascenderam industrialmente e exerceram sua influência imperialista na América e na Ásia, respectivamente.

A “corrida” com fins de “partilha” da África e da Ásia, realizada pelas potências imperialistas, aconteceu por três principais objetivos: 1º) a busca por mercados consumidores (para os produtos industrializados); 2º) a exploração de matéria-prima (para produção de mercadorias nas indústrias); 3º) a exploração de mão de obra barata.



Mas como as potências imperialistas legitimaram o domínio, a conquista, a submissão e a exploração de dois continentes inteiros?

Missão Civilizatória

Uma das principais justificativas para o neocolonialismo era a difusão do progresso pelo mundo, que deveria ser um dever das grandes potências. Essa era a “Missão Civilizatória”.

Haviam três justificativas básicas:

1º) A “Raça Branca” era superior a ao “Negro”;
2º) A Fé religiosa tinha que ser o cristianismo;
3º) O desenvolvimento científico alcançado a partir da Revolução Industrial.


A principal hipótese para a legitimação da “Missão Civilizatória” foi a utilização ideológica de teorias raciais europeias provenientes do século XIX. As que mais se destacaram foram o evolucionismo social e o darwinismo social.

O evolucionismo social classificava as sociedades em três etapas evolutivas: 1ª) bárbara; 2ª) primitiva; 3ª) civilizada. Os europeus se consideravam integrantes da 3ª etapa (civilizada) e classificavam os asiáticos como primitivos e os africanos como bárbaros.

darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.

A partir de então, os europeus difundiram a ideia de que o imperialismo, ou neocolonialismo, seria uma missão civilizatória de uma raça superior branca europeia que levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã, ciência) para outros lugares.

Segundo o discurso ideológico dessas teorias raciais, o europeu era o modelo ideal/ padrão de sociedade, no qual as outras sociedades deveriam se espelhar. Para a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com a civilização europeia.


Hoje sabemos que o evolucionismo social e o darwinismo social não possuem nenhum embasamento ou legitimidade científica, mas no contexto histórico do século XIX foram ativamente utilizados para legitimar o imperialismo, ou seja, a submissão, o domínio e a exploração de continentes inteiros.