sábado, 2 de setembro de 2017

A Segunda Guerra e suas causas



As  Causas

Os primeiros dez anos que se seguiram ao fim da Primeira Grande Guerra foram anos de ilusão, da Ilusão da Paz.
Se o mundo, após a Primeira Guerra Mundial, sofreu mudanças drásticas, com o surgimento de novo eixo político económico na Amé­rica do Norte (EUA) e na Ásia (Japão), as antigas potências coloni­ais assistiram ao início dos movimentos nacionalistas afro-asiáticos de contestação ao sistema colonial criado, a partir de fins do século XIX.
Os países perdedores, em especial a Alemanha, viram suas colónias e fontes de matérias-primas, bem como áreas de investi­mento, serem tomadas.
Na Ásia, o imperialismo japonês fora momentaneamente detido pela Conferência de Washington (1921-1922), instrumento de pres­são norte-americana.
A URSS, se "promovia à categoria de grande potência", exatamente quando o Mundo Capitalista entrava na mais grave crise de sua História.
A Crise de 1929 e a Grande Depressão que se seguiu acentua­ram tais antagonismos latentes, provocando a necessidade de reartículação no quadro internacional, o que terminou produzindo a Segunda Grande Guerra,
A Crise deve ser entendida como o principal fenómeno desencadeador da guerra, uma vez que:
1) as medidas tomadas pelos diversos países, no sentido de combater a Crise, aumentaram os antagonismos, provocando cres­cente nacionalismo económico (o ideal da auto-suficiência) e o cres­cimento da indústria bélica (um dos meios para se manter a taxa de acumulação de capital e permitir oferta de empregos);
2) os países capitalistas também recorreram ao estabelecimento de altas barreiras alfandegárias, o que aumentou a disputa por mer­cados consumidores, matérias-primas e áreas de investimento;
3) criou-se um clima de disputa internacional que afetou mais a Alemanha, a Itália e o Japão do que os EUA, a Inglaterra e a França;
4) nos países mais diretamente afetados pela crise económica, a ameaça de revolução social e a impossibilidade de sair da crise, através de pacífica expansão económica externa, levaram ao poder grupos agressivos da extrema direita ligados ã grande indústria(Japão e Alemanha) ou reforçaram a posição dos setores conserva­dores já estabelecidos no poder (Itália).

No plano internacional ocorreu uma clara divisão entre os países capitalistas, formando-se dois grupos que, aos poucos, tenderam a solidificar-se na medida em que as rivalidades se acentuavam:
1) Alemanha,Itália e Japão, unidos, apesar de pequenas divergên­cias de interesses;
2) Inglaterra, França e EUA, vinculados estreitamente, especialmente ingleses e franceses, temerosos do renascimento do militarismo alemão.

A URSS congregava contra si a hostilidade geral, daí suas tentati­vas no intuito de estabelecer uma frente internacional antifacista. Como as democracias capitalistas se negaram a formalizar qual­quer acordo, estabeleceu com a Alemanha, nas vésperas da guer­ra, o Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão, que adiou a en­trada do Estado Soviético no conflito.
Tal conjuntura explica a "escalada" alemã para a guerra, prin­cipalmente quando da ascensão de Hitler ao poder, em 1933, e da anterior vitória da facção militarista no Japão (1931).


Escalada para a Guerra

1) atingido pela crise economica e governado pelos setores mi­litares ultranacionalistas, o Japão invadiu e conquistou a Manchúria (1931-1932).
2) a partir de 1935 começou a ser reconstruído o exército alemão, a frota de guerra, a aviação de guerra etc.;
3) em 1935"a Itália invadiu a Etiópia, cuja conquista foi comple­tada no ano seguinte;
4) em 1936, as tropas alemãs remilitarizaram a Renânia, declarada desmilitarizada pelo Tratado de Versalhes. As potências ocidentais perderam a ocasião de deter o avanço nazista;
5) nesse mesmo ano a Alemanha e a Itália intervieram na Guer­ra Civil Espanhola ao lado das tropas do ditador Franco, sem que as de­mais potências ocidentais abandonassem sua "neutralidade".
6) em outubro de 1936, Mussolini e Hitler formaram o Pacto Ítalo-Germánico (Eixo Roma—Berlim)',
7 em 1936 a Alemanha assinou, com o Japão e a Itália, o Pacto Anti-Komintem, secretamente dirigido contra a URSS, embora pu­blicamente afirmasse o compromisso de combater o comunismo internacional;
8) em 1937 o Japão Invadiu a China, iniciando um conflito só terminado em 1945;
09) em 1938 a Áustria foi anexada ao Terceiro Reich (o Anscliluss), preparada há muito pela existência de um partido nazista austrí­aco.
10) O imperialismo alemão voltou-se, então, contra a Tchecoslouáqttia, exigindo a anexação das populações alemãs dos Sudetos, ao norte da Boémia.
11) Hitler reivin­dicava a anexação de Dantzig e priiiilégios no "corredor polonês", le­vando a Inglaterra a oferecer garantias totais à Polónia, Grécia, Roménia e Turquia.
Em 1a de setembro de 1939, a Polónia Joi invadida, sem formal declaração de guerra, pela Alemanha. Dois dias mais tarde, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Iniciava-se a Segunda Guerra Mundial.

AS FASES DA GUERRA

1ª fase (setembro de 1939 a junho de 1942} - Marcada pela expansão vitoriosa do Eixo.
As fulminantes ofensivas nazistas (Blitzkrieg ou "guerra-relâmpago"), na Europa, resultaram na ocu­pação da Bélgica, Holanda, Noruega, Dinamarca e parte da Fran­ça;
O restante do território francês ficou submetido ao governo colaboracionista do marechal Pétain: era a França de Vichy.
Por algum tempo a Inglater­ra prosseguiu sozinha a luta contra o Eixo. Vivendo sob a ameaça de Invasão, sofreu pesadas perdas devido à campanha submarina alemã e a bombardeios aéreos (1940).
Na Europa Oriental, os soviéticos ocuparam a Estónia, Letónia. Lituânia, parte da Polónia, a Bessarãbia (Roménia) e o istmo da Carélia, na Finlândia, considerados áreas de segurança, em face de inevitável conflito com a Alemanha.
O conflito ampliou-se com a dupla ofensiva italiana no Norte da África e nos Bálcãs contra a Grécia; o fracasso dessas operações militares obrigou a intervenção alemã.
Nos Bálcãs, os nazistas dominaram a lugoslávia e a Grécia, enquanto governos-satélites se constituíram na Roménia, Bulgária e Hungria.
Na África do Norte, o "Afrika Korps" do general Rommel invadiu o Egito.
No Extremo Oriente, os japoneses apoderaram-se do Norte da China e da Indochina, cujas bases navais e militares serviriam para a expansão pelo Sudeste Asiático e Pacífico Sul.
Em 1941, dois acontecimentos, a longo prazo, selaram a sorte do Eixo: a invasão da URSS pela Alemanha e o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbour (Havaí).
Em Início de 1942, o Eixo atingiu sua distensão máxima: na Euro­pa, a tríplice ofensiva nazista atingira Leningrado, Moscou e Estalingrado
na África, o Afrika Korps aproximava-se do canal de Suez;
na Ásia, os japoneses conquistaram a Malásia, Filipinas, Indonésia e Birmânia, preparando-se para invadir a índia e a Austrália.
2ª fase (junho de 1942 a fevereiro de 1943) - marcada pela con­tenção do Eixo e início da contra-qfensiua dos Aliados, o que represen­tava uma reviravolta total, decorrente do poderio dos EUA e da URSS.

Em junho de 1942, os norte-americanos paralisaram a ofensiva nípônlca contra o Havaí,  derrotando os japoneses na batalha de Mldway. Nova vitória dos EUA ocorreu em Guadalcanal (ilhas Salomão), frustrando a tentativa japonesa de conquistar a Austrália.
No mesmo ano. os soviéticos cercaram o poderoso exército ale­mão que atacava Estalingrado,
Essa vitória pôs fim ao mito da invencibilidade alemã e representou o início de violenta contra -ofensiva soviética.
No Egito, os ingleses derrotaram o Afrika Korps.


3º fase - (março de 1943 a setembro de 1945) - Caracterizada pela derrota do Eixo.

Após conter o avanço da Eixo, os Aliados passaram à ofensiva, desenvolvida prioritariamente contra a Alemanha: sabia-se que os alemães preparavam terríveis engenhos de guerra, alguns dos quais começavam a utilizar (as bombas VI e V2 )
Na África do Norte, o Afríka Korps foi cercado na Tunísia pelo avanço convergente das tropas norte-americanas de Eisenhower e britânicas de Montgomery, sendo obrigado a capitular.
A ocupação do Norte da África facilitou a invasão da Sicília e o desembarque na Itália, onde Mussolini foi deposto.
Apesar da rendição incondicional da Itália (8 de setembro de 1943), a maior parte do país estava em poder dos alemães. E opuseram forte resistência aos Aliados, entre os quais estavam contingentes terrestres e aéreos do Brasil.
Nova frente contra a Alemanha foi aberta com a inuosão da Fran­ça: desembarques na Normandia (norte) e Provença (sul). A liberta­ção da França foi seguida de invasão da Alemanha no início de 1945.
Na Europa Oriental, os soviéticos, desde 1943, lançaram vio­lentas ofensivas, forçando a rendição da Finlândia, Bulgária e Hungria. Prosseguindo sua ofensiva, o Exército Vermelho ocupou a Polónia, Roménia. Tchecoslouáquia e lugosláuia, só detendo seu avanço com a conquista de Berlim (2 de maio de 1945).
No mesmo dia, os alemães renderam-se na Itália. Invadida por todos os lados, a 7 de maio de 1945, no quartel-general de Eisenhower, em Reims, e a 8 de maio, em Berlim, no quartel-general de Zhukov. a Alemanha rendeu-se incondicionalmente.
No mesmo dia, os alemães renderam-se na Itália. Invadida por todos os lados, a 7 de maio de 1945, no quartel-general de Eisenhower, em Reims, e a 8 de maio, em Berlim, no quartel-general de Zhukov. a Alemanha rendeu-se incondicionalmente.
Apesar de tenaz resis­tência oposta, também se renderam os Japoneses após o bombardeio atómico de Hiroshima e Nagasaki.

Terminou, assim, a Segunda Guerra Mundial, na qual morre­ram cerca de 50 milhões de indivíduos, dos quais 14 milhões nos campos de concentração criados pêlos nazistas.